A amamentação não é apenas o mero ato de alimentar o bebê recém nascido. Muito além disso, ela representa o vínculo e o cuidado. O leite materno contém propriedades únicas para um alimento que o torna necessário tanto para a mãe quanto para o seu filho. Além de alimentar, o leite materno transmite anticorpos da mãe para o bebê. Ele alimenta e protege. E isso se dá ao mesmo tempo em que cria um vínculo único, mais que especial, entre o recém nascido e sua mãe.
Por orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), o bebê deve receber apenas leite materno por um período de seis meses. Mas, é claro, existem exceções e adaptações que podem precisar ser indicadas algumas mães e seus bebê.
Em vista disso, vim falar sobre todo o processo de amamentação e qual sua importância para a mulher e o seu bebê.
Entenda a produção do leite materno
O ato da sucção e a descida do leite estimula no cérebro uma glândula que produz e libera os hormônios responsáveis por essa produção. Ou seja, mamadas frequentes estimulam a produção de mais leite.
Até 3 dias após o parto, o foco da produção é criar um leite rico em defesas imunológicas e em proteínas. É nesse período das primeiras amamentações que o seio começa a ficar endurecido e quente.
Ao longo do período de lactação o leite se modifica, colocando em sua própria composição sempre o necessário para o crescimento do bebê. E está aí o motivo de sua grande importância.
Como a amamentação regula a saúde do bebê e da mãe?
É sempre bom ressaltar o quão importante é o leite materno. Substituí-lo sem que haja necessidade e a orientação e avaliação médica é colocar em risco a saúde do seu filho. Isso porque durante a amamentação os nutrientes do leite materno são os melhores e mais apropriados à saúde do bebê, e os anticorpos transmitidos através dele pela mãe são insubstituíveis.
Durante todo o período da amamentação, o bebê não precisará de nenhum outro alimento além do leite materno, o qual também supre sua sede. Dar qualquer outra coisa ao bebê pode aumentar o risco de diarreia, pois aquele leite é um alimento de muito fácil digestão.
Proteger de doenças também é o papel do leite materno, além de aumentar a imunidade do bebê. Fonte de proteínas, vitaminas, ferro e outros nutrientes, muitos o consideram como sendo a primeira “vacina” do bebê.
Durante a amamentação é comum que a mãe se alimente mais e ingira mais líquidos. Isso ocorre para que consiga sustentar a produção de leite, e, como consequência, a torna mais saudável também.
O que os especialistas dizem sobre a amamentação?
Não obstante o fato de inúmeras pesquisas já haverem demonstrado o incomparável valor nutricional do leite – e ainda para a formação e o reforço da imunidade do bebê – a relevância do tema ainda suscita o desenvolvimentos de novos trabalhos, sempre reforçando a importância desse alimento sem igual. Por exemplo, uma pesquisa desenvolvida pelo Hospital Brigham, nos EE. UU., apontou que foi observado que bebês que recebem mais leite materno têm melhor desenvolvimento neurocognitivo.
A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) aponta que o risco de uma morte prematura do bebê é 40% maior nos casos em que o aleitamento materno não ocorra entre 2h e 23 horas após o nascimento do bebê. E quando se dá após as primeiras 24h, o risco sobe para incríveis 80%.
Além de tudo que já falado sobre os benefícios da amamentação para os bebês e suas mães, outro grande pilar que reforça o valor da amamentação é o papel que exerce na defesa do corpo como contra o câncer de mama. Durante este período, os hormônios que favoreceriam o desenvolvimento desse tipo de câncer têm menor produção.
Importante lembrar: amamentação é um direito garantido por lei
Todas as mães têm o direito de amamentar seus filhos. No trabalho, em casa e até quando estão privadas de liberdade, elas têm direito a alimentar o seu filho no peito. O aleitamento materno é também um direito da criança. Segundo o artigo 9º do Estatuto da Criança e do Adolescente, é dever do governo, das instituições e dos empregadores garantir condições propícias ao aleitamento materno.
Todas as mães têm o direito de amamentar seus bebês, seja no trabalho, em casa, no transporte, na rua, no shopping… Enfim, em qualquer lugar. Elas têm direito a alimentar seus filhos no peito com liberdade e qualidade. Da mesma forma, as crianças também têm direito à amamentação. Vale lembrar que o artigo acima citado deixa claro que a garantia de condições para que a mulher possa amamentar é um dever do Estado, das instituições e dos empregadores. Não é um favor. É um direito, consagrado pela força da Lei.