Vaginose citolítica: parece candidíase, mas não é!

10 de agosto de 2021

Nem tudo que brilha é ouro e nem tudo que arde é Candida… A vaginose citolítica é uma condição facilmente confundida com a candidíase, mas com um tratamento completamente diferente. Por isso, muitas mulheres com esse quadro acabam utilizando diversos cremes vaginais sem que apresentem melhora. 

Mas, primeiro, o que seria essa tal vaginose citolítica?  

A vaginose citolítica ocorre quando temos um crescimento anormal da microbiota vaginal, que é composta em sua maioria por bactérias do tipo Lactobacillus. Essas bactérias são produtoras de ácido lático e a sua proliferação exacerbada aumenta o pH vaginal, levando a um quadro de ardência e de secreção aumentada, normalmente aquosa e ardida. 

Os principais sintomas da vaginose citolítica são:

  • Corrimento em excesso, normalmente de cor amarelada ou acinzentada.
  • Ardência e incômodo durante a relação sexual.
  • Dor ao urinar.
  • Coceira na região genital. 

Como podemos perceber, os sintomas são parecidos com os apresentados nos casos de candidíase. Por esse motivo, é tão comum a confusão entre as duas patologias. Porém, o tratamento é completamente diferente. 

Tratamento e diagnóstico

Diferente da candidíase, a vaginose citolítica não é uma infecção fúngica, portanto, o uso de cremes antifúngicos não resolve o problema. Na verdade, pode irritar a mucosa e até mesmo piorar o quadro. 

O tratamento da vaginose é relativamente simples e tem como objetivo reduzir o número de Lactobacillus e equilibrar o pH vaginal. Para isso, utiliza-se agentes alcalinizadores, como o bicarbonato de sódio, por exemplo. 

Então, qual a dificuldade? Realizar o diagnóstico. Normalmente, ele é feito através da exclusão de outros fatores que podem causar vaginites, como as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Dessa forma, é comum solicitarmos testes para clamídia, tricomoníase, gonorreia, entre outras ISTs.

Além de avaliarmos o quadro clínico da paciente e seus sintomas, também realizamos o exame físico para analisar a mucosa vaginal. Usar uma fita medidora de pH também é interessante para identificar uma eventual acidez aumentada.

Se você sofre com ardência vaginal e corrimento sem melhora, procure avaliar bem o quadro e definir o diagnóstico junto ao seu ginecologista. Talvez, esse problema seja mais fácil de resolver do que você imagina.

Drª Fernanda Macêdo

Drª Fernanda Macêdo

Formada pela UNIRIO e pós-graduada em Ginecologia e Obstetrícia pela Fundação Oswaldo Cruz, sou médica há 20 anos. Sempre senti que meu propósito era atender mulheres e oferecer um tratamento humanizado.
Como médica integrativa, acredito que não devemos focar apenas na cura, mas sim buscarmos uma forma de evitar o adoecimento!

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