A pílula anticoncepcional foi desenvolvida nos Estados Unidos em 1960 e representa um dos maiores símbolos da Revolução Sexual. Esse simples comprimido representou o início da liberdade sexual feminina, mostrando que as mulheres possuem o direito de ter relações sexuais visando o seu prazer e não apenas a reprodução.
Além disso, promoveu uma melhora significativa na qualidade de vida das mulheres, contribuindo para o tratamento de diversas doenças e para a melhora das dores e cólicas menstruais.
Hoje em dia, esse método contraceptivo é o mais popular no país. Acredita-se que 80% das brasileiras utilizam anticoncepcionais. No entanto, apesar da sua popularidade, ainda existem alguns mitos sobre esse método de contracepção, como, por exemplo, a alegação de que seu uso poderia causar infertilidade na mulher.
Como funciona o anticoncepcional
Os contraceptivos hormonais, como a pílula, injeção, anel vaginal ou o adesivo, possuem a função de inibir a ovulação e tornar o útero hostil para o desenvolvimento do embrião. Para isso, faz com que o tecido que reveste o colo uterino fique mais espesso, e ao mesmo tempo deixa a camada interna que reveste o útero imprópria para o embrião.
A pílula anticoncepcional pode ser divida em 03 categorias. A Pílula Monofásica, que possui estrogênio e progesterona na mesma dosagem; Minipílula, que não apresenta estrogênio, mas apenas progesterona; e Pílula Multifásica, que possui uma combinação de hormônios e doses.
Cada uma delas é indicada para um caso, por isso é fundamental consultar um médico ginecologista antes de começar a utilizar qualquer anticoncepcional.
Mas então, o anticoncepcional não causa infertilidade?
Não, as pílulas anticoncepcionais não causam e nem contribuem para a infertilidade da mulher. Assim como qualquer outro medicamento, algumas pílulas possuem efeitos colaterais, como aumento de peso, diminuição da libido e retenção de líquido.
No entanto, não existe nenhuma comprovação científica de que o uso de anticoncepcionais cause infertilidade na mulher. Então, pode utilizá-lo sem medo, pois sua fertilidade estará preservada. Porém, como disse acima, a indicação deverá, sempre, ser feita por sua/seu ginecologista.
Alguns estudiosos acreditam que esse boato surgiu depois que muitos casais não conseguiam engravidar após a interrupção do remédio. Porém, não podemos deixar de considerar que boa parte das mulheres param de utilizar a pílula quando já estão um pouco mais velhas. E, isso sim, a idade, atrapalha a fertilidade, uma vez que esta cai com a idade.
Ademais, o uso prolongado de anticoncepcionais podem mascarar condições como endometriose ou síndrome dos ovários policísticos (ambas condições sabidamente associadas à infertilidade), uma vez que melhora os sintomas, mas não trata a causa. Assim, o uso prolongado de anticoncepcionais pode dificultar o diagnóstico e, consequentemente, postergar o tratamento adequado dessas condições. E, por causa disso, atrapalhando a fertilidade futura. Mas, de novo, o método não causa infertilidade.
Vale a reflexão
A demonização de um método seguro, acessível e, muitas vezes, o único possível, faz com que muitas mulheres evitem a pílula e fiquem vulneráveis a uma gravidez indesejada.
De fato, existem outros métodos contraceptivos mais modernos, mas quando o anticoncepcional é utilizado da forma correta e com orientação médica, consegue evitar com eficácia uma possível gradivez indesejada e oferecer a liberdade sexual que a mulher merece.
Portanto, não deixe de se proteger por causa de boatos que surgem na internet. Consulte um médico ginecologista para tirar todas as suas dúvidas e, juntos, escolherem a opção adequada para a sua realidade.
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