Com o fortalecimento e disseminação do pensamento feminista, a saúde da mulher tornou-se pauta em diversos meios de comunicação, principalmente nas redes sociais. Temas como masturbação feminina, menstruação e autoconhecimento estão sendo discutidos de forma mais aberta e acolhedora.
Como resultado, temos uma geração de mulheres que buscam respostas mais profundas para problemas ginecológicos frequentes, como corrimentos, candidíase e cólicas menstruais. Nesse contexto, surge a Ginecologia Emocional (GE), linha terapêutica que integra conhecimentos da ayurveda, ginecologia natural e medicina chinesa para conectar sintomas físicos e saúde psíquica.
De forma bem resumida, a GE leva em consideração as questões emocionais envolvidas no processo de adoecimento. Considera que muitas patologias podem ter origem ou serem agravadas a partir de gatilhos emocionais.
Todas as doenças têm fundo emocional?
Não somos divididos entre corpo e mente. Essa divisão foi feita apenas para que pudéssemos estudar os aspectos psicológicos e físicos. Nosso organismo é único e integrado. Tudo que nos atinge, seja emocional ou fisicamente, interfere no conjunto. Não é correto, portanto, dizer que uma doença tem fundo emocional. Tampouco podemos ignorar o papel que os traumas têm no processo de adoecimento. Acredito que ficamos doentes por um processo complexo, físico, que pode ser iniciado ou agravado por gatilhos emocionais, ou vice-versa.
É muito importante que o ginecologista entenda o contexto emocional que envolve o desenvolvimento da patologia que acomete a mulher. Quando os sintomas surgiram?; o que piora ou melhora esses sintomas? Mas, cuidado! Simplesmente dizer que a doença é emocional e passar a bola para o psicólogo ou psiquiatra pode não ser suficiente. Corpo e mente merecem atenção integrada.
Ginecologia emocional vs. Medicina tradicional
Muitas mulheres acreditam que devem escolher entre Ginecologia emocional e Medicina Tradicional. Mas o ideal é que ambas caminhem juntas, afinal o objetivo é o mesmo: a saúde da mulher.
Ter autoconhecimento e reconhecer que algumas questões emocionais estão afetando seu seu corpo físico é fundamental. Porém, compreender o que levou ao adoecimento muitas vezes não é suficiente para resolver os sintomas, principalmente se for uma doença orgânica. Ou seja, nem tudo tem origem emocional.
Por esse motivo, defendo a Medicina Integrativa. Nessa abordagem colocamos o paciente, e não a doença, no centro do cuidado, atingindo todos os aspectos do indivíduo: físico, mental, social, emocional, espiritual e ambiental.
Para isso, utilizamos técnicas complementares, desde que comprovadas cientificamente, sem abrir mão da complexidade e da multiplicidade de recursos que a medicina convencional nos proporciona. Assim, você pode fazer quimioterapia e acupuntura, cirurgia e aromaterapia, tomar antibiótico e homeopatia.
Integrar é a palavra chave! Afinal, tratar o corpo físico é tão importante quanto tratar o corpo mental.
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