O diafragma, um método contraceptivo muito eficiente, está em falta no país. Simplesmente não existem unidades disponíveis para compra no Brasil. Mas por quê? Pois vivemos em um momento em que as políticas de atenção à saúde da mulher estão sendo, sistematicamente, esvaziadas.
Nossas escolhas estão cada vez menores e a “solução” oferecida é não fazer sexo. Como se isso fosse possível ou saudável. Como médica ginecologista acho importante falar sobre o diafragma, ainda desconhecido por muitas mulheres, e debater sobre a dificuldade de acesso a esse método contraceptivo. Então, vamos lá?
Conhecendo o diafragma
O diafragma é um método contraceptivo de barreira que impede o acesso do espermatozóide à cavidade uterina. Ele consiste, basicamente, em um anel flexível envolto por uma camada fina de borracha que cobre o colo do útero.
A mulher deve colocar o diafragma dentro da vagina antes da relação sexual e retirá-lo de 6 a 8 horas após o ato sexual. Depois de retirado, precisa ser higienizado e guardado na embalagem.
O diafragma não é descartável e pode ser utilizado por até 03 anos. No entanto, se a mulher engravidar ou ganhar peso, deverá ser substituído.
A taxa de falha desse método, se usado sozinho e corretamente, fica em torno de 6%, maior do que a camisinha, que é de 2%. Porém, ele pode ser utilizado em conjunto com um gel espermicida, que mata aqueles espermatozóides que conseguem furar o bloqueio.
Para quem é indicado?
Sem dúvidas, o diafragma é uma excelente alternativa para quem deseja um método menos invasivo que o DIU ou não quer tomar hormônios e pílulas anticoncepcionais, que podem ter efeitos colaterais.
Outra vantagem do diafragma é que ele pode ser interrompido a qualquer momento, o que dá mais autonomia para a mulher. Além de ser fácil de usar e ter uma boa durabilidade.
Alternativa para o diafragma
É muito triste pensarmos que estamos perdendo essa opção contraceptiva por descaso à saúde da mulher. Porém, sempre existe uma saída!
Na Europa existe um diafragma que se ajusta a praticamente todas as mulheres, o Caya.
Algumas pacientes compraram e se adaptaram muito bem, pois ele tem um formato bem anatômico. Acredito que seja possível encontrá-lo na internet com facilidade.
Mais do que esse ou aquele, o importante é podermos escolher. O que é ruim para uma, pode ser ótimo para outra. É sobre escolha.