Como o estresse interfere na queda de cabelo

23 de abril de 2021

O estresse provoca várias alterações em nosso sistema hormonal, sendo o responsável pelo aumento da produção de adrenalina e cortisol, hormônios que estimulam o corpo e nos deixam em “estado de alerta”.

Embora essas alterações sejam importantes para enfrentarmos diversas situações no dia a dia, quando elas acontecem com muita frequência trazem diversos problemas de saúde. Isso porque nosso corpo é preparado para receber pequenas doses de estresse, mas quando se tornam constantes, em razão do estresse, causam alterações hormonais prejudiciais.

Alguns exemplos de patologias que podem ser causadas pelo estresse excessivo são: depressão, doenças cardiovasculares, doenças de pele, Alzheimer e prisão de ventre.

Outra consequência é a queda de cabelo, problema que aumentou muito durante a atual epidemia de Covid-19. Muitos passaram a sofrer com a queda de cabelos durante esse período; enquanto outros, que já conviviam com a questão, sentiram uma piora no quadro.

Antes de explicar qual a relação entre as duas condições, isto é, o estresse e a queda de cabelo, acho importante ressaltar que, ao realizar a avaliação da perda capilar leva-se em consideração vários fatores, tais como: os perfis hormonal e nutricional, grandes alterações de peso e, claro, o estresse.

Por esse motivo, tomar vitaminas nem sempre solucionará o problema. Se for uma questão de deficiência nutricional, poderá ajudar. Porém, se o desencadeador for excesso de testosterona, por exemplo, será ineficiente.

Temos fases em todos os nossos processos biológicos, e com o cabelo não é diferente.

Naturalmente, perdemos mais fios de tempos em tempos. No entanto, se achar que a queda é muito grande ou perdurar por longos períodos, procure ajuda. Lembre-se, a queda de cabelo é um sintoma de que algo está errado.

Estresse e a queda de cabelo

Ainda não compreendemos totalmente como o estresse agrava diretamente os quadros de queda de cabelo. Porém, um dentre os diversos fatores existentes, é a relação entre o cortisol e a ação das deiodinases, enzimas que ativam os hormônios tireoidianos.

A conversão do hormônio tireoidiano cai em momentos de estresse, funcionando como um mecanismo protetor. A diminuição do hormônio tireoidiano circulante pode elevar a queda de cabelo, como no hipotireoidismo.

Também temos os quadros que envolvem os estresses oxidativo e inflamatório. No último caso, temos uma perda de fluxo sanguíneo e de micronutrientes que são importantes para o cabelo, como zinco, vitamina B, ferro, magnésio e cálcio.

Outros fatores que também contribuem para o aumento das quedas são: alimentação pobre em nutrientes, estilo de vida pouco saudável e falta de vitamina D. Esse último fator ocorre, em sua maioria, pela falta de sol, pois somos obrigados a passar boa parte do tempo dentro de casa, principalmente em razão do momento que estamos vivendo.

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Dito isso, minha recomendação é cuidar do todo, assim como em qualquer outra condição. Tenha uma alimentação diversificada e rica em micronutrientes, sono adequado, atividade física regular e manejo do estresse.

Além disso, é fundamental procurar por profissional qualificado para realizar a avaliação da perda de cabelo e orientá-la durante todo o processo.

Drª Fernanda Macêdo

Drª Fernanda Macêdo

Formada pela UNIRIO e pós-graduada em Ginecologia e Obstetrícia pela Fundação Oswaldo Cruz, sou médica há 20 anos. Sempre senti que meu propósito era atender mulheres e oferecer um tratamento humanizado.
Como médica integrativa, acredito que não devemos focar apenas na cura, mas sim buscarmos uma forma de evitar o adoecimento!

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