Como dormir melhor ao fazer as pazes com a Netflix e o WhatsApp?

27 de agosto de 2018

Existem hábitos da vida moderna que todo mundo adora e nem imagina que podem ser prejudiciais em certos momentos. Já falei sobre a importância do sono em outro conteúdo, mas agora vou tratar de duas paixões mundiais que podem comprometer a qualidade do seu sono. Me refiro às maratonas imperdíveis da Netflix e aos papos com as amigas no WhatsApp. Difícil resistir, não é mesmo?

São dois passatempos que viraram febre não só entre os brasileiros, mas em todo o mundo. E, cá entre nós, funcionam muito bem como entretenimento. Porém, precisam ser aproveitados em horários adequados para evitar prejuízos à saúde.

Entenda quais são os principais hábitos que causam distúrbios do sono e também dicas sobre como dormir melhor.

 

Para começo de conversa, o que são distúrbios do sono?

São chamados de distúrbios do sono os problemas de saúde que causam alteração do sono ou dificuldade para dormir. Isso também inclui aquela sensação de sonolência em horários impróprios e a necessidade de ficar várias horas a mais na cama.

Veja alguns dos distúrbios do sono mais conhecidos e seus principais sintomas.

Apneia: é caracterizada pela pausa de até 20 segundos na respiração durante o sono. Pode ser acompanhada de ronco intenso e frequente, além de cansaço e sonolência durante o dia.

Bruxismo: tem o desgaste dos dentes como principal característica, e acontece quando, durante o sono, a pessoa afetada pressiona o maxilar excessivamente, trincando e rangendo a arcada dentária.

Insônia: ocorre quando existe má qualidade do sono ou dificuldade para dormir. Em casos mais graves pode levar à depressão, irritação e perda de memória. É um distúrbio que afeta 36,5% dos brasileiros, segundo a Associação Brasileira do Sono.

Narcolepsia: trata-se de uma perturbação neurológica crônica, a qual provoca ataques incontroláveis de sono, em qualquer situação e lugar. A condição requer mudanças de estilo de vida e pode afetar o dia a dia da pessoa. A direção de automóveis e a operação de máquinas devem ser evitadas.

Paralisia do Sono: é quando a mente desperta, mas o corpo fica imóvel na cama. Como um descompasso entre o corpo e o cérebro, dura somente alguns segundos, mas assusta muito aqueles que sofrem disso.

Pesadelo: é o problema mais comum relacionado ao sono. O sonho assustador e recorrente prejudica a qualidade de vida da pessoa afetada e, por isso, precisa ser investigado.

Ronco: é considerado um distúrbio do sono quando se torna frequente. Seu principal sintoma é o barulho provocado pela passagem de ar pelas vias aéreas superiores, o que pode afetar também a qualidade do sono de quem dorme ao lado.

Síndrome das Pernas Inquietas: causada por uma alteração química no cérebro, a síndrome desperta uma sensação de agonia nas pernas que faz com que precisem ser movimentadas. Geralmente isso acontece durante o sono e resulta em cansaço diurno.

Sonambulismo: também chamado de parassonia, faz com que a pessoa levante e realize ações durante o sono. Quando acorda, não lembra de nada. Deve ser tratada quando causa problemas como acidentes, por exemplo.

Terror noturno: o terror noturno acontece quando as crianças gritam durante o sono como se estivessem sendo atacadas. Com caráter genético, o problema tende a melhorar com o tempo.

Está passando por algum dos problemas que vimos acima? Saiba que não está sozinha nessa. Quatro em cada dez pessoas sofre de algum tipo de distúrbio do sono, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde.

 

Quais hábitos podem interferir na qualidade do sono?

Existem hábitos comuns no dia a dia que podem sabotar as noites de sono. Mas dois deles caíram nas graças dos brasileiros, e muitas vezes passam despercebidos: ficar muito tempo no smartphone antes de dormir ou assistir à Netflix.

Estudos mostram que dispositivos que apresentam pigmento azul em suas telas interferem na produção noturna de melatonina. E adivinha só? É esse o hormônio responsável por causar a sonolência e ajudar a regular nosso relógio biológico do corpo.

Portanto, ficar de papo no WhatsApp ou maratonar na Netflix até altas horas reduz os níveis de melatonina e, assim, a vontade de dormir e a qualidade do sono.

Quando a luz é detectada pelo cérebro a produção de outro hormônio é estimulada: o cortisol. Essa é a substância que nos deixa em estado de alerta e faz com que a gente possa acordar todos os dias.

Agora, já pensou como esse desequilíbrio afeta o organismo quando não resistimos à telinha e ficamos no celular ou na TV em horários indevidos? O corpo fica em estado de alerta e, por isso, a qualidade do sono é diretamente prejudicada. Assim, prefira curtir a Netflix e o WhatsApp durante o dia, e não na hora de dormir.

 

Como dormir melhor?

Se você pensa que somente um quarto escuro e uma cama confortável bastam para uma boa noite de sono, saiba que pode tornar o clima ainda mais favorável.

Ter um ritual pré-sono pode facilitar tudo, diz a Fundação Nacional do Sono (Fundasono). Por isso, selecionei algumas dicas que podem ajudar tanto quem tem uma vida mais agitada como quem tem uma rotina mais calma.

Se a sua rotina é mais agitada, escute uma música tranquila antes de dormir. Isso pode ajudar a acalmar e facilitar a indução do sono. Outra dica é praticar exercícios físicos durante o dia e não à noite, pois evita que o organismo continue agitado na hora em que precisa relaxar.

Já se o seu dia a dia é mais tranquilo, mas mesmo assim não consegue dormir bem, procure ir para a cama apenas quando o sono bater à porta. Só não use isso como desculpa para ficar no celular ou assistindo à sua série preferida, ok? Jantar mais cedo também tende a melhorar o descanso do corpo e da mente.

Pequenas mudanças de hábito podem melhorar muito a sua qualidade de vida. Agora que você já sabe como dormir melhor, veja outros problemas comuns que podem ser solucionados a partir de mudanças no seu Estilo de Vida.

 

Drª Fernanda Macêdo

Drª Fernanda Macêdo

Formada pela UNIRIO e pós-graduada em Ginecologia e Obstetrícia pela Fundação Oswaldo Cruz, sou médica há 20 anos. Sempre senti que meu propósito era atender mulheres e oferecer um tratamento humanizado.
Como médica integrativa, acredito que não devemos focar apenas na cura, mas sim buscarmos uma forma de evitar o adoecimento!

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