Vamos conversar sobre esse cansaço constante?

2 de julho de 2018

A sensação de cansaço constante geralmente intriga pessoas que dormem e se alimentam relativamente bem. Em alguns casos acaba sendo esquecida com a correria do dia a dia. Mas, pode ser sinal de problemas de saúde, como o distúrbio hormonal.

Segundo estimativas, 1% da população mundial sofre de fadiga crônica. Porém, a maioria dos casos não tem diagnóstico. Isso acontece porque é comum que os médicos interpretem o cansaço de modo subjetivo.

Já sentiu cansada sem que houvesse um motivo aparente? Então, vem comigo que eu explico o que pode estar acontecendo e como combater esse problema. Pronto para voltar a acordar com disposição e energia? Vamos lá!

 

Quais são as principais causas do cansaço crônico?

O sintoma pode surgir por vários motivos, mas na maioria das vezes está relacionado com distúrbios hormonais ou hipovitaminose (falta de vitaminas). Então, o cansaço é sinal de que alguma coisa não está bem no organismo. Provavelmente há algum desequilíbrio.

E pode complicar quando lembramos que hoje em dia é cada vez mais difícil conseguir comer bem, principalmente por causa da correria do dia a dia.

Com esse cenário, consumir substâncias suficientes para garantir que o corpo funcione direito, como as vitaminas, fibras e minerais se torna um desafio.

Só para que entenda melhor, explico a seguir quais são os problemas causados por níveis inadequados de hormônios e vitaminas. Fique por dentro!

 

Baixos níveis de cortisol

O cortisol é um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais. Ajuda a controlar o estresse, a diminuir inflamações, a melhorar os níveis de açúcar no sangue, a regular a pressão arterial e a fortalecer o sistema imune.

O cortisol precisa ser liberado sempre que o corpo entender que está diante de uma situação de risco. Por exemplo, quando éramos caçadores e estávamos diante de um predador. Ele aumenta nossa capacidade de resposta ao estresse e nos faz reagir. Mas na vida moderna nos estressamos constantemente, o que nos faz liberar cortisol com uma frequência muito maior do que o corpo pode lidar. E esse constante excesso de cortisol mexe no equilíbrio de controle do corpo, o que acaba gerando uma dificuldade de manutenção do padrão de liberação normal deste hormônio. E sem cortisol adequado a gente não funciona.

 

Hipotireoidismo

Localizada no pescoço, a tireoide é uma glândula que produz dois tipos de hormônios: T3 e T4. Eles são fundamentais para o funcionamento do organismo, controlam desde as funções cerebrais até as do aparelho genital.

Quando a glândula não produz quantidade suficiente de hormônios, podemos estar diante de um quadro de hipotireoidismo, o que causa sintomas como cansaço, aparência abatida e queda capilar.

Mas nem sempre o problema é na glândula. 80% da conversão de T4 em T3, que é a fração ativa do hormônio, se dá a nível periférico. Então a análise deve ser feita de modo sistêmico para se entender onde exatamente está o problema, e não simplesmente sair tomando hormônio à toa.

 

 

Hipovitaminose

Percebeu que tanto o hipotireoidismo quanto a hipovitaminose são duas palavras que começam pelo prefixo “hipo”? É porque ambas representam a falta de substâncias no organismo.

A hipovitaminose, como o próprio nome dá a entender, nada mais é do que a falta, ou níveis baixos, de uma ou mais vitaminas no corpo.

Geralmente, é causada pela falta de alguns alimentos nas refeições, como, por exemplo, banana no caso da vitamina B. Mas também pode acontecer devido a doenças graves, como anorexia e câncer, problemas no fígado ou no intestino.

 

Algumas curiosidades sobre as vitaminas que talvez você não saiba

As vitaminas não são produzidas pelo corpo. Apesar de se tratarem de ingredientes essenciais para as nossas reações químicas, são substratos encontrados na natureza.

Já ouviu alguém comentar que vai tomar sol para ganhar vitamina D? Esse é um mito muito comum, principalmente em cidades mais frias como no Sul do Brasil. Afinal, o nosso corpo não produz vitamina. Só consegue convertê-la na pele depois que é ingerida.

Então, se você não consome vitaminas você fica carente, já que não as produzimos. Por isso, muitas vezes a principal causa do cansaço é a falta da ingestão de substâncias essenciais para o organismo. E, consequentemente, a falta delas reflete a longo prazo no cansaço.

 

Cansaço físico x cansaço mental

Já ouvi algumas vezes pacientes relatarem sentir cansaço após algum esforço ou eventualmente depois de uma semana corrida. Isso é completamente normal, por se tratar de uma questão fisiológica. Agora, sentir cansaço ao acordar depois de uma noite de oito horas de sono bem dormidas não é.

Sabe aquela sensação de voltar das férias mais cansado do que antes?

Por mais que tenha tirado férias, viajado, caminhado, mergulhado e se aventurado, estava em um momento de prazer, é de se esperar que se volte mentalmente descansado.  

Ao contrário do cansaço físico, o mental tem a ver, por exemplo, com um baixo nível de serotonina ou de dopamina no organismo, que são os neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem estar. A falta desses neurotransmissores nos deixa sem ter vontade de fazer as coisas, com a sensação de estar mais estressado.

E, convenhamos, nos casos de estresse é mais saudável mudar o estilo de vida do que tomar um monte de remédios. Até porque não adianta tomar remédio sem mudar a causa do que nos faz mal, porque se a causa persiste o sintoma não vai embora. É como comer chocolate para enfrentar a ansiedade. Fica calmo, mas engorda…

 

Como adotar um estilo de vida mais saudável pode combater o cansaço constante?

Do alto da minha experiência como médica e praticante da Medicina de Estilo de Vida, sempre recomendo para os meus pacientes a modulação do estresse. Quando você consegue reservar pelo menos 15 minutos do seu dia para realizar atividades que proporcionem prazer.

Quer ver como pequenas mudanças no seu dia a dia podem aumentar o seu bem-estar e a sua qualidade de vida? Confira dicas para adotar um estilo de vida mais saudável a partir de agora mesmo.

Drª Fernanda Macêdo

Drª Fernanda Macêdo

Formada pela UNIRIO e pós-graduada em Ginecologia e Obstetrícia pela Fundação Oswaldo Cruz, sou médica há 20 anos. Sempre senti que meu propósito era atender mulheres e oferecer um tratamento humanizado.
Como médica integrativa, acredito que não devemos focar apenas na cura, mas sim buscarmos uma forma de evitar o adoecimento!

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